A singela diferença entre gostar do que faz e fazer o que gosta

Hoje durante uma negociação com um certo cliente, me pus pensando numa máxima muito clássica, que sem dúvidas já passou em nossas mentes, por dados momentos da vida. A incrível dificuldade de dosar o prazer com o que se faz enquanto trabalho e, portanto, transformar a dor da rotina (por que ela é dolorosa sim, o que não quer dizer que é maléfica ou ruim), em algo construtivo, quiçá gostoso. Não tenho cá, se é essa a expectativa com a leitura, uma resposta reveladora ou que fuja tanto do óbvio. Inclusive, o óbvio é o que mais negligenciamos e por vezes é o que resolve…

Bem, acho que o primeiro grande problema está na visão altamente otimista que temos sobre como a vida, de uma forma geral (principalmente no que tange a parte profissional) é tranquila, harmoniosa e sem problemas. Crescemos, normalmente, projetando profissões cinematográficas (o médico do Grey’s Anatomy / o Bombeiro do filme com o Nicolas Cage / O advogado do filme sobre racismo) e esquecemos, que as duas horas de filmes, muitas vezes não transcrevem o suor e a dor que aquele profissional vive ou vivia até chegar em tal situação mais confortável. Esse é um problema que costumo chamar de “Vitrine Instagram” (apelidei assim, pois é o que imagino que o Instagram tem gerado nas mentes mais fracas, que veem muito a felicidade evidenciada em vídeos e fotos, e imaginam que a vida alheia é assim — perfeita e tranquila). Se não houver uma percepção mais realista e confrontadora na formação, nossa tendência é se frustrar antes mesmo de chegar no mercado de trabalho, uma vez que própria faculdade é uma decepção sobre a ementa do curso, na verdade é quase “broxante”.

Percebido isso, é mais razoável que não tenhamos aspirações tão utopistas sobre as profissões e, portanto, tenhamos tanto a frustrar. O passo seguinte, para o problema diminuir, é encarar a vida como ela é — ciclos contínuos de mudanças, que nem sempre são evoluções, mas sempre podem ser aprendizados. O que isso significa? Vamos sempre ter de entender que as mudanças são difíceis, mas necessárias (seja um colégio novo, um emprego novo, um cargo diferente, um cliente novo/uma mudança de processo) / Precisamos sempre entender que ralação/suor são ingredientes fundamentais para o sucesso (Cristiano Ronaldo não é o melhor por ter sido, simplesmente tocado por Deus, ele tem a maior carga de treinos e melhorias entre todos os atletas que conheço atualmente) / Permitir insistir mais (chegar ao éden requer persistência, não compensa trocar e trocar tanto de empregos esperando achar um que te coloca mais próximo ao paraíso, pois por mais que as empresas sejam diferentes, o ciclo de formação é seu e não delas e será ele quem ditará se está ou não próximo do que tanto busca).

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Por último, não escolha demais, pois vais acabar não sendo escolhido. Essa quase poética situação é muito mais comum do que se parece. Acontece em âmbitos pessoais e em âmbitos profissionais. Não entrarei no mérito de discorrer disso em frentes intimas e pessoais, para ganhar mais enfoque no propósito formador do artigo. Bem, o ponto é — se achar que só existe a profissão de astronauta de Ohio, com simulação de voos com gravidade zero, com curso formador em Massachusetts para Aquarianos nascidos no hemisfério sul, ficará muito difícil encontrar algo e, ainda mais, de ser o cara certo, quando encontrar. Isso já vai dar aquela frustrada e o mundo, a partir dali, parecerá uma grande m… O que precisa ser feito é, em minha pontual opinião, encontrar uma aptidão/habilidade e lapidar essa habilidade (não se blindando de novas e muito menos de ter errado na escolha dessa aptidão). Uma vez que esteja certo, se permita aprender em qualquer novo ambiente que possa oferecer perspectivas, oportunidades e case relação tempo x retorno. Não é tão complexo saber que pode ser feliz, pois com esses três ingredientes acima, seu tempo estará sendo valorizado e te impulsionando para algo maior no futuro (seja curto, médio ou longo prazo).

Na equação da “felicidade profissional”, colocamos as seguintes variáveis, para resumir todo ensejo: noção real do que são as profissões (sem ideias malucas sobre cada uma) + ver a vida com menos utopismos (ralar mais, permitir mudanças e insistir mais dentro das empresas) + escolher menos, buscando mais oportunidades do que o mundo ideal. Creio que essas combinações, uma vez encaradas de forma maduras, poderão ser os alicerces para migrar a cabeça ainda infantil do “precisamos fazer o que gostamos”, para o “podemos aprender a gostar do que fazemos”. Como disse, não é segredo e talvez isso até os frustrem, mas que seja aqui e não mais na vida profissional, como por tempos já fomos.

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